Teia de Pecados

A princípio entendemos a palavra “pecado” como um conceito puramente judaico-cristão. Derivado do Latim “peccátu” e do hebraico “hatá” o verbo significa literalmente “errar um alvo”.

O pecado em si, para os Judaico-cristãos teria tido origem de apenas um Ato, a queda do homem na tentação da Serpente e da ingestão do fruto proibido de Daat, a sabedoria.

Um fato um tanto estranho, se levarmos em consideração a atitude de um criador que nega a criatura o direito de ser e conhecer. Analisando um pouco melhor, terminaríamos por acatar Samael (“veneno de Deus”, a serpente do Eden ) como um herói incompreendido que desejava levar conhecimento a raça recém criada. Uma espécie de plágio do mito de Prometeu, o ladrão do fogo dos Deuses na Grécia.
A sensualidade da cena de uma linda mulher dirigindo-se a uma serpente e languidamente sorvendo a maçã, a inveja da sabedoria dos Deuses, o Orgulho em admitir o erro... O Pecado Original é a mãe de todas as falhas humanas. Ou melhor dizendo de tudo aquilo que nos torna humanos.

Religiosamente falando, um pecado é um ato que vá contra os princípios e leis divinas de uma religião. Mas e no âmbito ocultista? Qual a influência destes “pecados”?
Para os Satanistas e magistas trevosos a Hierarquia de pecados representa uma árvore a ser subida. Quanto maior o pecado, mais mérito como Satanista ou magista negro aquele ser obteria, mal sabendo que na realidade está em queda livre em direção a sua própria danação.
Danação, sim. Sem falar aqui em céu, inferno ou em um homem vermelho com chifrinhos esperando a nós com um enorme garfo – falo do atravancamento de nossas próprias sendas e caminhos evolutivos.
Entregamo-nos todos os dias a luxuria, gula, inveja, preguiça, Ira, e tantos mais pecados quanto conseguimos descrever, acumulando peso em nossas prisões de carne que impedem a liberação de todo nosso potencial intelectual e sobrenatural. Encerramos a nós mesmos em nossa cela de matéria sólida e imutável para nossas próprias desgraças, sem nem ao menos entendermos porque estamos presos.
Não estou a escrever que seja necessária a abstinência permanente ou total de atividades carnais ou prazerosas. O Pecado é o excesso. Quando o magista entra de cabeça neste mundo oculto por razões torpes como ganância, sexo, ou motivos puramente materiais ao invés de cultivar a sua evolução espiritual, moral ou emocional ele já iniciou a senda com o pé errado. Necessitamos entender principalmente que ao obter conhecimento e evoluirmos como pessoas e ocultistas, todas as outras coisas virão até nós sem dificuldades.

Não me importa o quanto Lavey em sua bíblia Satânica e outras ordens satanistas que não citarei afirmem ser importante galgar a árvore de Nox até o topo, um ocultista deve primeiramente meditar em sua prisão física até o ponto da compreensão. E então entender que ela é passageira e uma ferramenta, não um fim. E ao entender sua teia universal de confinamento, liberte-se de seus grilhões de Malkuth e possa alcançar os planos etéreos sem mais empecilhos – daí então tornar-se aranha e deixar de ser a mosca confinada para obter uma experiência única de sensibilidade e conhecimento pleno de suas faculdades magikas e mentais.

Belo post...


Mostrando uma visão mui-diferente do pecado, do que é vista pela maioria hoje. Poucos conseguem ver, sentir e assumir esta posição.

Ao menos até onde eu sei, todos os dogmas, seitas, religiões e filosofias, buscam levar o ser humano a evolução, para isto levando-o a se abster de praticas e costumes "mundanos", para que se atinja com sucesso esta evolução.