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O Mito de Caim

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O Mito de Caim - Página 2 Empty Re: O Mito de Caim

Mensagem  deletado Sáb Nov 03, 2012 12:34 am

"O nome Azazel não é referido originalmente no Quran. E Iblis era o mais forte dos Djinns do fogo. O nome e a associação são utilizados em evocações da egrégora do Diabo cristão, mas a meu ver, Iblis já é outra entidade, de outra cultura, com outra historia. Isso é apenas um paralelo, sem fundamentação mitológica, até porque nossa narrativa corresponde a visão da mitologia Judaica...isso embaralha culturas."


Sim, é um paralelo sim. Mas de uma cultura que saiu da outra, não coisas completamente diferentes e que possui muitas similaridades herdadas e não simplesmente passadas.
Estamos acostumados a debater basicamente o lado "judaico" da coisa, mas ha ainda hoje em dia discussão em coisas do tipo:

---São várias as similiridades entre a história da criação no Enuma Elish e a história da criação no Livro do Génesis. O Génesis descreve seis dias de criação, seguido de um dia de descanso, enquanto que o Enuma Elish descreve a criação de seis deuses e um dia de descanso. Em ambos a criação é feita pela mesma ordem, começando na Luz e acabando no Homem. A deusa Tiamat é comparável ao Oceano no Génesis, sendo que a palavra hebraica para oceano tem a mesma raiz etimológica que Tiamat.
Estas semelhanças levaram a que muitos estudiosos tivessem chegado à conclusão que ou ambos os relatos partilham a mesma origem, ou então uma delas é uma versão transformada da outra.----

Sem dizer que estamos nos baseando num livro religioso que serve como histórico "até a página 15", portanto, ha espaço para interpretações e questionamentos, como tratarmos deus como apenas um, sendo que Elohim no hebraico original significa Deuses, no Plural e, a frase original seria "façamos o homem a nossa imagem e semelhança" dando a entender mais de um deus. E em cima disso ha muita discussão ainda.

A "fundamentação mitológica" geralmente abre espaço para interpretações e questionamentos, portanto, não ha como ser um tratado puramente científico, principalmente quando ha magia envolvida.



"Me referi a palavra "azazel" como um adjetivo e não como um substantivo. Ocorre mais vezes do que imaginamos. "

concordo plenamente que ocorre muito mais do que imaginamos e, sabemos, por exemplo, que Ashtaroth foi uma Deusa adorada não só pelos mesopatâmios e que foi demonizada pela bíblia, inclusive, alterando a descrição de seu nome para que ficasse "suja", e hoje em dia temos pessoas achando que ashtaroth é um demônio medonho e fedorento rs

Claro que ocorre, e nem por isso cabe a nós decidir o que está certo ou errado, apenas, na maioria dos casos, certo ou errado para nós mesmos.


"Da mesma forma que o sangue de Kingu, "veneno" seria a denominação concedida por aqueles asseclas de IHWH. Intitula algo ruim para todos os que não estariam presentes na dotrina do Adversário. O Inimigo da tirania vigente."

Sim. Aliás, sabe o que separa, desde a Mesopotâmia até os dias de hoje, milagre de bruxaria? simples: a religião dominante. Antes o sacerdote fazia a mesma coisa que uma bruxa, mas o sacerdote tinha autorização divina para tal, era a voz dos Deuses e, a tal bruxa, normalmente era uma estrangeira.
Hoje em dia se um padre cura sua doença ele é santo. Se eu faço um feitiço e curo uma doença, eu sou bruxo.
num contexto geral, as coisas nunca foram muito diferente nesse quesito...ao menos não sou preso e nem morto por fazer feitiços rs


"Novamente, quando se luta contra a tirania vigente, se adota o símbolo do Adversário. E quando Caim matou Abel o mito dos Nephilim estava longe de ocorrer... e isso faria Azazel ser expulso do paraíso Duas vezes... uma por tentar Eva e outra por procriar com humanas? Focando demais no aspecto "bondoso" do mito e esquecendo sua essência... "

Aí é que está.
Essa tal "cronologia" não é a "essência". a Essência é o simbolismo. Sendo que não importa muito se houve 2 rebeliões, se Azazel foi o tentador de início, se foi Lúcifer quem iluminou os homens, se foi Samael ou o sei lá quem. Isso não me é importante, pois são apenas símbolos para ilustrar que Azael nos passou o conhecimento divino, contrariando a ignorância e nos trazendo sua luz.
Se Azazel é Lúcifer, Mikael, Lumiel, Qayin ou qualquer outro, na realidade mesmo é apenas simbolismo.

Dá uma olhada nisso aqui:

"Não se pode usar passagens do Novo Testamento cristão para comprovar eventos do Tanak (Bíblia Judaica), o NT (teologicamente falando) contradiz em vários pontos a fé judaica, não podendo ser usada para fazer algum tipo de referências a passagem de Adão e Eva, contida na Torá (pentateuco), ainda sim, a tradição judaica não toma como base "Adão e Eva" como seres reais, e sim alegorias, como foi explicado no início do tópico, portanto tanto Adão e Eva como a Serpente são metáforas representando algo acerca da mentalidade humana, isto é, a serpente, por exemplo, é visto na tradição judaica, como uma personificação do Yetsér Hará (Inclinação para o mal), tal inclinação, é visto como unânime nos seres humanos, de acordo com o pensamento judaico. Finalizando, a questão do "fruto proibido" leva ao conceito de "pecado original", tal conceito não faz parte do pensamento judaico, Reflita que CASO Adão não comesse do 'fruto' ele permaneceria sim, sozinho no "Eden". Logo, o PROPÓSITO era justamente esse, que ele comesse. Era inevitável que isso não ocorresse, até porque Adão e Eva são uma só e única "pessoa", de acordo com a tradição judaica."

(Não sei o autor desse fragmento, mas já vi pessoas, inclusive Padres e Cabalistas dizerem coisas do gênero.)


Então, se pensarmos bem, se a própria religião nesse caso diz que é simbologia (ou ao menos boa parte de seu corpo faz essa afirmação), seria muito estranho tomarmos tudo como fato, portanto, depende do nível que cada um leva para sua vida pessoal com esses mitos. Muitos fazem sentido, muitos estão intimamente ligados um com os outros e não é possível que sejam todos coincidências, pois sabemos que isso praticamente não existe.


"Toda descendência de Azazel é morta em um dilúvio, o mundo sofre um "reset". A descendência de sangue é eliminada, mas no mito de Samael, as Almas com a chama negra desperta se mantém ativas e conscientes, mesmo no Astral."

Então, nesse caso, é extremamente subjetivo, pois afirmar que a "linhagem acabou", que o mundo deu "reset", mas que o fogo de Samael continuou existindo ao menos no astral é uma opinião, crença e fé pessoal. Afinal, esse "fogo negro" que "continuou no astral" não legitimiza Samael e nem deslegitimiza Azazel.
Também fui subjetivo e interpretativo nas minhas conclusões e com certeza é proposital, porque não preciso separar o que acredito do que "faz sentido", pois num nível pessoal uma coisa leva á outra, assim é com todo mundo.


"-Nas co-relações que utilizo o simbolismo elemental fica: Leviathan (água), Lúcifer-Samael (Ar), Belial (terra) e Shaitan/Lilith (fogo). Azazel nem entra nas co-relações devido ao seu fim no mito. Ele passa a ser um simbolismo e uma energia Invocada, mas não Evocado e usado somente em determinados trabalhos. Ao contrário de Samael e Shaitan que ergueram impérios no abismo sem nome, ele termina sua epopéia acorrentado com toda sua corte em um deserto até o fim dos tempos..."

Mais uma vez, isso é subjetivo também. Tirando Belial e a associação "shaitan/Lilith", os outros dois são conhecidos. Mas não uso nem Belial e nem coloco Lilith junto com Shaitan e, na verdade nem uso Shaitan e nem coloco Lilith como um quadrante, tendo ainda outras interpretações e crenças por ela, num patamar maior do que de Qayin. Mesmo assim é tão subjetivo quanto as de qualquer pessoa.

Eu já sinto Azazel como um grande poder, pois não acredito na bíblia como um livro científico e muito menos que me conta as verdades do mundo rs Se fosse isso a última coisa que seríamos seria Ocultistas, senão, de acordo com a bíblia, estaríamos ferrados rs
Esse tal 'reset' pra mim não acabou com nada, até porque se Azazel está no sangue de Qayin, a linhagem de Noé carregaria a marca dos feiticeiros, mesmo que adormecida, dentro de si. E como vc disse sobre astral, eu poderia aformar que os espíritos ancestrais continuariam por aqui ou em algum lugar acessível. No mais, sempre é subjetivo.
No mito ele foi acorrentado no deserto e os judeus até hoje enviar bodes pra ele.
A epopéia dessas divindades não acabam porque um livro disse que acabavam.
E dizer que Samael e Shaitan ergueram reinos no abismo sem nome é algo puramente subjetivo, assim como eu também o fiz.

"-Cargos são metáforas humanas para entendermos um décimo daquilo que é a organização de uma entidade. Sempre variam, bem como os nomes, que são geralmente transliterados e quando latinizados apresentam variações."


Concordo. e é exatamente por isso que faço minhas as suas palavras, pois apresenta dois gumes.


"Mas Azazel é um bode. A própria retratação dele, o rito de Azazel... odeio autores subjetivos. "

Subjetivo? sim. Todos os autores fazem interpretações ao escrever e relatar. Eu fiz isso nesse debate, você também o fez, e não ha nada de errado nisso. Se estivéssemos debatendo sobre a defesa de um doutorado, teríamos que nos ater a usar fontes e a ficar atacando a "tese" pra ver se ela se aguenta. Mas não é o caso, porque não estamos falando de uma ciência exata, estamos falando de magia.

Da mesma forma que vc citou Azazel como "perdição", o mesmo pode ocorrer com inúmeras passagens e documentos históricos, principalmente no que diz respeito a interpretações errôneas na etimologia e de opiniões pessoais por parte de quem está traduzindo (e ionterpretando) o material.
A tradução para bode é diferente de Azazel, embora seja um rito até hoje feito pelos Judeus. Porém, nos fragmentos do Apocalipse de Abraão, que postei lá em cima, você pode ver inúmeras referências á Azazel, mesmo que contradiga o Livro de Enoch. Ambos não são "oficiais" da ICAR e sabemos que nem o serão. Portanto, o valor desses livros é interpretativo, tanto quanto a bíblia em si, que pra mim tem o mesmo valor.


"Sim, exatamente como me referi primeiramente aqui no tópico. No Satanismo, um bom livro sobre o assunto é o Liber Faxifer. Retrata com maestria esta questão."

Até pode ser, mas ele o faz sob o ponto de vista Satanista. Ponto de vista que não precisa ser o mesmo que o meu e que nem preciso me adaptar.
Mas sim, vou dar uma olhada mais adiante para ver se acho o livro em PDF, afinal, conhecer é sempre bom.




Ha livros interessantes que posso indicar também sobre a visão que tenho, só preciso lembrar dos nomes.
Mas um deles poderia ser o "The book of Fallen Angels" do Micheal Howard.
Vou ver se acho algo na net (mas não agora rs).



abs

deletado
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