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Do Espírito Familiar

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Mensagem  deletado Seg Dez 17, 2012 5:06 pm

Do Familiar
O Famulus ou aquele que atende ao Feiticeiro.


O Familiar (também chamado de Famulus) é o espírito aliado que serve ao Feiticeiro.
Ele possui diversas formas e funções – todas co-participativas de uma Entidade (Famulus Rex), ainda que se manifestem como estados únicos do ser Elemental. Portanto, possui uma natureza aparente de uma verdadeira Legião de gênios.
O Familiar possui o domínio sobre a miríade de assuntos mundanos do Divino Artista e é diligente para assumir funções que sejam consideradas necessidades pela vontade de seu mestre – de quem é, por sua vez, a exteriorização das formas tutelares e totêmicas e a extensão de seus Poderes no mundano e na Esfera Elemental.

As formas do Familiar são as seguintes:


1 – O Familiar Doméstico

Este é o Familiar que é atado ao corpo de um animal doméstico ou domesticado. Tais bestas como pássaros, gatos, cães, répteis, etc, são obtidos no seu nascimento e devidamente consagrados com o nome do espírito-familiar.
O método da consagração é o modo de um batismo secreto e o método de atar o espírito conjurado ou Daemon com a besta é cruzar suas sobrancelhas com o seu próprio sangue. O Serviço obediente do Familiar é assegurado pela alimentação de um pouco do seu próprio sangue durante cada ritual de lua cheia.
Tais bestas quando são designadas como Familiares desfrutam de uma esplêndida longevidade e muitas vezes são transmitidos através de gerações sucessivas de sangue-bruxo. O Animal se torna o totem da família e o espírito familiar o aquele que atende á linhagem.
De acordo com nossos costumes, o animal Familiar deve estar presente em certos rituais de adivinhação, pois pelos seus movimentos e pelo contato com os fetiches, o Sábio pode ver muito além do que será, mesmo aquilo que está escondido de todos os outros.



2 – O Familiar indomável

Sabei que o Familiar também pode ocupar o corpo de uma besta selvagem e sua aparência ser um mediador auspicioso entre você e os Deuses Antigos.
Como emissário bestial dos Antigos e Indomáveis, o espírito Familiar pode entrar no Círculo da Arte durante ou após a cerimônia e, aí será, por algum sinal ou som, concedido a ti um presságio ou mensagem dos Deuses.



3 – O Familiar Oracular

O Espírito Familiar também pode manter um estado desencarnado e intermediar entre o Divino e as Esferas mundanas por meio de um transe mental. Assim, ele deve transmitir as palavras oraculares dos Antepassados bem-aventurados junto ao Covine através de sua própria boca ou através de um de seus membros.



4 – O Guardião do Sagrado ou o Altar-Famulus

Nesse aspecto o Espírito Familiar possui domínio sobre os fetiches sagrados, os quais são o ponto de mediação e comunhão entre você e sua forma descarnada. Através do crânio do homem ele deve falar as palavras dos seus antecessores: Os bem-aventurados que não possuem mais carne. Através das relíquias dos mortos, dos homens ou das bestas, deve emanar seus precedentes atávicos. Através dos vasos e ídolos de madeira, pedra ou argila ele irá mediar entre ti e vossos Deuses, entre ti e todos os espíritos com os quais possui comunhão.
Marque bem a fidelidade do Famulus; Seu serviço junto do seu intento, até mesmo sua própria identidade com ele, carregada para além dos seus próprios limites mortais. Da mesma forma, marque bem o auge de sua manifestação, que serve não para suportar a vontade impressa do Mago, mas para o alto conhecimento do Mago; para tal é o Daemon: O Espírito que fez da Mente o ‘Shewstone’ de toda a sabedoria.



NT:
1 - Shewstone é uma expressão usada para certas “pedras usadas em divinação”, como a famosa Bola de cristal.


Retirado do “Azoetia” de Andrew Chumbley, pág 334-336 (Xoanon,2002).
Tradução livre de Shamash Lykaion




Com base no texto acima, que além de possuir berço tradicional revela as utilidades e formas de um Familiar.
A ideia do Famulus Rex é que o mesmo seja um grande Daemon responsável pelos Famulus e, dado seu papel, o mesmo é sempre procurado para tais criações. Mesmo que todos os Famulus estejam ligados pelo mesmo tipo de Daemon, eles ainda se manifestam como partes únicas e não como a própria vontade de sua fonte. Esses Daemon que são atados á animais domésticos ou selvagens, á vasos de poder ou ao altar em si, são todos ligados intimamente ao Feiticeiro, Mago ou Bruxo (a nomenclatura aqui é o menos importante).
Há aqueles que conseguem ex-padres (pois padres não fariam tal ato) para batizar o animal como se humano fosse, cometendo aos olhos da igreja um ato herege, mas aos olhos dos bruxos um passo na criação de um Familiar.
Outros criam rituais e invocam para o animal um Daemon, clamando ao Famulus Rex para tal, logo em seguida eles batizam o animal fazendo um sinal de cruz (de braços iguais) nas sobrancelhas do mesmo ou ainda traçando um pentagrama com o próprio sangue na testa da besta afim de selar a comunhão entre Besta, Daemon e Feiticeiro.
Já vi ainda, alguns feiticeiros dizerem pegar hóstias consagradas e dar ao animal em ritual para comunhão, afim de que isso desperte certo poder ao mesmo.
Enfim, os métodos de criação de Familiares são diversos, existindo até mesmo os Familiares concedidos por outros Daemons ou Divindades, porém, limitar-me-ei ao escopo do texto o qual me baseei, inclusive, para criar meu próprio Familiar, que no caso se trata de um animal doméstico.
Um método simples, possibilitando aos Feiticeiros e aqueles que já possuam certa experiência com magia, pode ser desenvolvido, seja baseando-se no autor, o qual me inspirei para fazer o meu próprio ritual, ou criando com suas próprias palavras e métodos. Seja o que decidir, deve-se ter em mente que se trata de um pacto onde a responsabilidade não pode ser uma escolha leviana, pois isso irá remeter ao magista uma série de obrigações com este poder, que poderá trazer-lhe lições, ajudas, sinais e ter influências em certos acontecimentos. Se tratando de animais físicos, soma-se tudo isso á responsabilidade com o mesmo, como alimentação e atenção, pois o laço entre mago e animal será fortificado naturalmente, bem como suas capacidades.
Basicamente, se trata de uma invocação seguida por uma declaração feita com vontade e certeza de obrigação e poder, encerrando com um batismo quando um animal. Sendo o “nome” do Familiar podendo ser secreto ou não, porém, nos rituais, usa-se o nome de batismo.
Para aqueles que acreditam na linhagem do sangue-bruxo ou na linhagem do seu próprio sangue, que carrega o poder de seus ancestrais e o seu próprio poder, saiba que se o Familiar for uma besta, ela irá compartilhar de seu sangue e de sua linhagem, assim como os descendentes da besta.
Quando se extinguir a vida do animal, ele continuará lhe servindo, mesmo descarnado, pois apenas a parte física do mesmo irá acabar. Fica a critério do feiticeiro realizar um novo ritual para que o trabalho seja continuado, dependendo de suas crenças e métodos. É dito que os Familiares, depois que morrem, continuam a servir por gerações a linhagem do feiticeiro, se tornando mais poderoso com o passar do tempo, pois o mesmo carrega as experiências de seus antepassados.
Devo terminar este pequeno artigo citando que as formas apresentadas são apenas algumas entre as inúmeras existentes em várias tradições, sejam diferentes ou similares. Seja o que for, os Familiares sempre foram famosos tanto no meio ocultista, como Hermes e seus dois cães negros, quanto no pensamento popular da bruxa seja com gatos negros, sapos, lobos, corujas e outros animais e, suas formas e funções são muitas, bem como as maneiras de se adquiri-las, portanto, escolha sabiamente antes de se comprometer, pois a jornada é longa e reveladora.

-Shamash Lykaion

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Mensagem  Andarilho do Horizonte Dom Dez 23, 2012 12:37 pm

Gostei muito desse artigo. Seria bem interessante ver esse método em outras culturas, como o xinto ou o hinduísmo, já q eles são bem ligados a natureza e aos animais tb.
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